Tema do 2.º desafio: Nos seus poemas,
Camões aborda temas como a fugacidade do tempo, o amor
e a busca do sentido da vida. Cria um poema ou uma narrativa em que elabores e
aprofundes a tua própria visão sobre um desses temas, inspirando-te na obra do
poeta.
No Labirinto da Mente
No espelho, vejo um reflexo,
Um eu que não sei bem quem é.
Sonhos e medos, um complexo,
Entre risos e lágrimas, continuo em pé.
As redes sociais brilham na tela,
Mas a solidão grita mais alto.
Amigos de longe, a vida é bela,
Mas perto, sinto o coração em asfalto.
Caminho por corredores de dúvidas,
À procura de um lugar onde me encaixar.
As vozes na minha cabeça são turvas,
Mas insisto em lutar.
A vida é um mar revolto,
Navego em busca de um pouco de paz.
Entre as ondas, às vezes volto,
E descubro que sou mais do que capaz.
Ana Cavaco
8ºF
A
Perdição do Tempo
(na
minha experiência)
Todos nós sabemos que nascemos,
morremos e ultrapassamos obstáculos que nos parecem, ou até mesmo são, difíceis
e que têm a ilusão de serem inalcançáveis.
O tempo e a ansiedade têm uma relação
mútua. Para mim, a ansiedade procura o tempo para ser mais perturbadora e persistente.
Nós não nos podemos deixar levar por ela, mesmo que ela o tencione fazer. Luís
de Camões procura explicar além do amor, isso mesmo, ou seja, a perdição do
tempo, neste caso, com os seus poemas.
No meu ponto de vista, a ansiedade é uma
emoção que pode ser muito boa, como na preparação para alguma coisa futura, mas
também pode ser muito má, como na preparação excessiva de coisas para o futuro
e no desespero sobre tudo o que vemos à nossa frente.
Por fim, procuro explicar com este
texto, o sentido da vida, no entanto, não o encontro, e provavelmente quem o
está a ler também não, porque se pensarmos bem, não há um motivo aparente para
estarmos aqui hoje, ou vamos pelo lado da ciência, ou pelo lado de Deus, ou
pelos dois, que é o meu caso, não sei porque é que nós fomos criados, mas tenho
a mínima desconfiança de quem o fez.
Gustavo Mateus, 8ºF
Um Encontro com
Camões
No rio do tempo, eu vagueava,
Quando ao longe, o poeta avistava.
Luís de Camões, de olhar penetrante,
Chamou-me a falar, num tom marcante.
"Jovem perdido, que buscas aqui?
É o amor, o tempo ou algo por vir?"
Respondi com coragem: "O sentido da vida,
Por entre as sombras, procuro a saída."
"Ah, pobre alma, o tempo é traiçoeiro,
Foge-te dos dedos como o rio ligeiro.
E o amor, eterno, em sua fugacidade,
Revela-se todo na sua saudade."
"Mas, mestre, não há destino a encontrar?
Afinal, para quê tanto caminhar?"
Camões sorriu, com sabedoria,
"Eis que viver já é tua alquimia."
Assim partiu, no vento se perdeu,
Deixando-me com tudo o que me deu.
Nos versos da vida, um eco profundo,
O tempo e o amor são espelhos do mundo.
Ivan
Roque n.⁰11
8.⁰C
Sombras do Instante
Ó tempo, que foges sem
nunca olhar,
Levas contigo o que mal
vivi,
Deixas-me preso a
tentar lembrar
Os dias que um dia
perdi.
Em ti tudo nasce e tudo
perece,
És mão que dá, és mão
que apaga,
Por mais que o coração
se apresse,
A tua marcha nunca se
indaga.
Ontem fui sonho, força
e paixão,
Hoje sou sombra do que
já fui,
Amanhã, pó, na
vastidão,
Eco perdido que ninguém
intui.
Teu sopro apaga o
brilho da lua,
Dissolve memórias no ar
fugaz.
Por que não paras, ó
mão nua,
E dás-me um instante
que seja de paz?
As árvores que viram
nascer o amor
Caem agora sob o teu
frio açoite,
E os rios que outrora
cantavam vigor
Silenciam seus cantos
ao findar da noite.
Mas não te maldigo,
tempo tirano,
Pois em tua pressa há
lição divina:
Mostras que o agora é o
mais soberano,
E na sua fraqueza, a
força se afina.
Cada momento que me
roubas cruel
É também luz que me
ensina a viver,
Pois no breve instante
em que tudo é fiel,
Reside o milagre de
apenas ser.
Corre, então, ó tempo
eterno,
Que a ti não mais vou
resistir.
És rio, és chama, és
fogo interno,
E eu, passageiro do teu
fluir.
De ti faço verso, em ti
deixo vida,
Ainda que tudo tenha
fim.
Que a tua marcha, lenta
ou perdida,
Guarde este canto
dentro de ti.
João Salvador e Lara
Mendes, 8ºF
O Rasto do Tempo
Ó tempo ingrato, tirano
sem memória,
Que devoras os dias num
sopro cruel,
Em vão procuro gravar
minha história
Nas areias que fogem ao
toque do céu.
Teus passos furtivos
não deixam sinais,
Apenas sombras que a
brisa desfaz,
E entre os meus sonhos
e gestos tão reais,
Tudo é perdido, nada se
refaz.
Por que motivo, ó
tempo, és tão ligeiro,
Correndo adiante, sem
pausa ou razão?
Não ouves o pranto do
pobre ou guerreiro,
Que implora por mais um
instante na mão?
As flores que ontem
dançavam ao vento
Hoje repousam na sombra
do chão.
Assim se esvai o mais
doce alento,
Trocado por cinzas da
recordação.
Ah, mas se és tirano,
também és mestre,
Mostrando que nada nos
pode deter.
Na tua cadência que
nunca se investe,
Reside a verdade que
devemos saber.
Se o tempo escapa, que
importa afinal,
Enquanto o coração à
vida persistir?
Pois cada momento é
porto imortal,
Guardando no peito o
eterno porvir.
Ó tempo, não temo o teu
avanço voraz,
Ainda que apagues meu
nome e meu rosto.
Enquanto em meus versos
soar minha voz,
Serás meu aliado, e não
meu desgosto.
Que venha, portanto, o
fim anunciado,
Pois nele repousa o
início esperado.
O tempo, ao fim, é
ciclo profundo,
Onde a vida renasce no
sonho do mundo.
João Salvador e Lara
Mendes, 8ºF
O júri já votou, o público já se manifestou e os vencedor vai ser anunciado daqui a pouco.
Parabéns a todos os participantes!
(visite nossa biblioteca digital em https://bibliotecadigitalaesc.webnode.pt/)