Ser escrito é cool - VENCEDOR

 

E trabalho vencedor, após escrutínio do júri e do público é o do Ivan Roque, do 8.º C.

Parabéns pelo lindo texto!


 A Ilha Perdida

 

Era um dia quente de verão em Sagres, quando João, um aventureiro português, decidiu embarcar numa viagem sem rumo fixo, mas com um destino profundo na alma. Ele sempre sonhara explorar o mundo, descobrir terras desconhecidas e, quem sabe, escrever sobre isso para inspirar futuras gerações. Com o vento a soprar forte e o mar calmo, ele partiu de barco, cruzando o Atlântico, o Índico e, finalmente, o Pacífico. A sua rota era incerta, mas a sua determinação era firme.

Após meses de navegação, João chegou às costas de Hong Kong, mas, algo estranho aconteceu. Numa manhã enevoada, enquanto navegava pelo mar da China Meridional, uma enorme ilha surgiu à sua frente, uma ilha do tamanho do arquipélago de Tristão da Cunha, algo completamente inesperado. O que mais lhe chamou a atenção foi o facto de a ilha não constar em nenhum mapa. A água ao redor da ilha tinha uma tonalidade cristalina.

Ao chegar à ilha, João ficou espantado ao perceber que não havia sinais de civilização, mas a vegetação era pouquíssima (por ter ficado submersa por anos). Ele explorou a ilha durante semanas, registando tudo o que encontrava, desde plantas raras a ossadas de animais que viveram por lá há milénios, mas que agora, descansam em paz. Algo o intrigava, no entanto. A ilha parecia ter surgido do nada, como se o aquecimento global tivesse feito com que uma vasta porção de terra surgisse das profundezas do mar.

João encontrou, mais a sul, vestígios da Dinastia Song (), como ruínas e artefatos que pareciam ser de uma cultura esquecida. Havia algo no ar que o fazia sentir que a ilha não era apenas um acidente geológico, mas sim um local com uma história profunda e misteriosa. O calor intenso da região parecia ter alterado o clima de tal forma que a vegetação exótica da ilha florescia, mas também provocava distúrbios atmosféricos e meteorológicos ao redor, criando um fenómeno inexplicável.

A descoberta da ilha, com o seu tamanho imenso e recursos abundantes, fez João refletir sobre o impacto da humanidade no planeta. Ele percebera que a terra ainda tinha segredos a revelar e que, por mais que o aquecimento global tenha destruído tantas coisas, também criou novas possibilidades. A ilha, que parecia um refúgio natural, era um testemunho das forças indomáveis da Terra. João decidiu batizá-la de "Hei Mong Dou" (Ilha da Esperança, traduzido do cantonês), devido à ilha ter sido uma ilha próspera, quer seja tecnologicamente, quer seja em população.

João regressou a Portugal, trazendo consigo mapas, notas e fotos de Hei Mong Dou, decidido a partilhar o seu segredo com o mundo. Quando revelou a sua descoberta, todos ficaram surpreendidos com a magnitude da ilha e a sua localização única. As autoridades portuguesas, intrigadas, entraram em contacto com a China, que, após uma análise cuidadosa, reivindicou a ilha, oferecendo-se para torná-la parte do seu território. Em troca, prometeram pagar uma quantia generosa pela descoberta e garantiram que o nome dado por João, Hei Mong Dou, seria mantido como o nome oficial da ilha. A proposta foi aceite e João viu o seu feito tornar-se uma parte significativa da história, embora longe da solitária aventura que imaginara.

 

 

 

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