Ser escritor é cool - trabalhos a concurso

 


Neste Desafio 1, tivemos 3 trabalhos a concurso, no 3.º ciclo, que aqui estão:


A Jornada de Asterion

 

O ano é 2147. A humanidade, outrora limitada ao planeta azul, expandiu-se para as estrelas, mas ainda há territórios desconhecidos à espera de serem desbravados. Eu, capitão Sofia Andrade, lidero a nave estelar **Asterion**, numa missão audaz para explorar o inexplorado: o sistema Proxima Centauri. 

A jornada iniciou-se com os motores de fusão pulsando como o coração de um titã adormecido. A nossa tripulação, composta por cientistas, engenheiros e exploradores, partiu carregada de sonhos e temores. Atravessámos os infinitos vazios do cosmos, guiados pela esperança de encontrar o inesperado. 

Ao fim de anos de viagem em hipersono, despertámos quando os sensores da nave captaram sinais invulgares. Era uma anomalia gravitacional nas proximidades de um dos exoplanetas do sistema, que batizámos de **Nova Aurora**. A atmosfera do planeta parecia hostil, mas os sinais de água e calor tornaram-no irresistível à exploração. 

Descemos num módulo. O solo era de um azul intenso, com cristais brilhando sob uma luz dourada. Ao longe, torres naturais elevavam-se como espinhas de um dragão adormecido. No entanto, não era só a beleza que nos aguardava. Logo percebemos que Nova Aurora não era um mundo morto. Havia vida, mas de uma forma que nunca imagináramos. 

Seres etéreos, translúcidos e altos como árvores, movimentavam-se lentamente, quase como se flutuassem. Chamámo-los de **Os Serenos**. Pareciam comunicar através de padrões de luz que piscavam nos seus corpos. Após semanas de tentativa, conseguimos decifrar uma mensagem básica: "Por que vieram?". 

Expliquei-lhes que éramos viajantes, em busca de compreensão e troca de saberes. Surpreendentemente, responderam: "O conhecimento é a maior riqueza. Mas cuidado, pois pode pesar mais do que o ouro". Foi um enigma que nos intrigou e nos desafiou. 

Durante meses, convivemos e aprendemos com os Serenos. Descobrimos que a sua cultura estava profundamente enraizada na harmonia entre tecnologia e natureza. Inspiraram-nos a questionar o rumo da nossa própria civilização. Mas havia algo mais... Uma relíquia escondida no coração de Nova Aurora, guardada pelos Serenos. 

A relíquia era um cristal pulsante que emitia ondas de energia capazes de alterar o espaço-tempo. "Pode ser um farol ou uma arma", disseram. Sabíamos que o destino desta descoberta poderia mudar o futuro da humanidade. Após um longo debate com a tripulação, decidimos que o cristal devia permanecer ali, intocado. 

 

Deixámos Nova Aurora com um misto de emoções: orgulho, humildade e a certeza de que o desconhecido guarda lições mais valiosas do que riquezas. O regresso à Terra foi marcado pelo silêncio reflexivo de quem compreendeu que ser explorador não é conquistar, mas aprender e respeitar. 

Chegados a casa, relatámos a nossa descoberta, mas omitimos detalhes da relíquia. Talvez, um dia, a humanidade esteja pronta para regressar a Nova Aurora. Até lá, continuaremos a sonhar e a explorar, pois é na ousadia do desconhecido que reside a essência da nossa existência.

 

Feito por: João Salvador n°16, Lara Mendes n°17.

Turma: 8°F


A Viagem do Indicativo

(Desafio 1 – “Ser Escritor é Cool”)

Atualmente, o mundo está a descambar.

     Existem guerras em tudo o que é sítio para o fazer, ainda temos de descobrir novos territórios e estas confusões todas não ajudam nisso, porque temos de viajar e passar por todos esses locais que já estão destruídos.

    Eu sou o capitão das naus portuguesas do século XXI, o pior século da História de Portugal, ou melhor, do mundo inteiro. Por um lado, é um século bom e positivo, devido às tecnologias que nos ajudam a explorar cada vez mais o planeta em que vivemos, mas, por outro lado, é um século mau e negativo, pois, devido ao mesmo motivo, as coisas têm vindo a piorar cada vez mais: falta de conhecimento; analfabetismo; vício; suicídio; etc…

     Enfim, temos muito que explorar, vamos a bordo da Nau Indicativa e vamos partir da Ilha do Presente! Os tripulantes estão à minha espera, tenho de ir, espero que acompanhem a viagem!

1 Dia Depois

     A Nau Indicativa está quase a chegar à Ilha do Pretérito Perfeito!

Finalmente chegámos à costa do Pretérito Perfeito Simples, tirámos tudo da Nau, porque tínhamos de arranjá-la para seguir para a costa do Pretérito Perfeito Composto! Vamos lá!

2 Horas Depois

     Temos chegado à costa do Pretérito Perfeito Composto!

Assim que “temos chegado” à costa, eu “tenho tirado” a bagagem toda, apesar da Nau ter estado arranjada, amanhã teremos partido para a Ilha do Pretérito Imperfeito!

1 Dia Depois

Chegávamos à Ilha do Pretérito Imperfeito e a mercadoria estava quase a acabar, só espero que não passemos fome, como os nossos tripulantes do século passado, tínhamos mais duas ilhas para completar a rota marcada no mapa.

No Dia Seguinte

Chegáramos à costa do Pretérito-Mais-Que-Perfeito Simples na manhã do dia 12 de Junho de 2024, todos os tripulantes estavam cansados da viagem já feita, já eu ordenara muitas ordens durante toda a rota, também eu estava cansado. Bem, fôramos daqui a umas horas para a costa do Pretérito-Mais-Que-Perfeito Composto, todos a bordo!

3 Horas Depois

Tínhamos chegado à costa e tínhamos ancorado a âncora no fundo do mar, tínhamos todos saído da Nau e descido à costa, esta parte da ilha tinha sido a mais movimentada até agora, tinha muitos animais selvagens e tínhamos de ter cuidado com tudo o que fazíamos para não afugentar os animais. Tínhamos feito o jantar muito tarde e ouvimos muitos rugidos vindo de dentro da floresta deste local. Bem, tínhamos esperado que não corresse nada mal… Até amanhã! Tinham-nos visto na Ilha do Futuro!

1 Dia Depois

Chegaremos à costa do Futuro Simples e constataremos que nunca mais faremos esta viagem na nossa vida futura. Como capitão, reformar-me-ei muito brevemente, porque estarei muito cansado depois desta viagem longa e cansativa. Enfim, estarei daqui a umas horas no último destino da nossa viagem, onde ficarei a morar, porque é onde se encontrará a minha família.

1 Hora Depois

Teremos chegado ao último destino desta viagem longa, todos os tripulantes estarão muito cansados, afinal, são os que mais se terão cansado.

    Chegámos ao fim da viagem, espero que, como capitão, tenhas gostado da minha missão e dos meus tripulantes. Até logo!

 

Gustavo Mateus

8.º F


 A Ilha Perdida

 

Era um dia quente de verão em Sagres, quando João, um aventureiro português, decidiu embarcar numa viagem sem rumo fixo, mas com um destino profundo na alma. Ele sempre sonhara explorar o mundo, descobrir terras desconhecidas e, quem sabe, escrever sobre isso para inspirar futuras gerações. Com o vento a soprar forte e o mar calmo, ele partiu de barco, cruzando o Atlântico, o Índico e, finalmente, o Pacífico. A sua rota era incerta, mas a sua determinação era firme.

Após meses de navegação, João chegou às costas de Hong Kong, mas, algo estranho aconteceu. Numa manhã enevoada, enquanto navegava pelo mar da China Meridional, uma enorme ilha surgiu à sua frente, uma ilha do tamanho do arquipélago de Tristão da Cunha, algo completamente inesperado. O que mais lhe chamou a atenção foi o facto de a ilha não constar em nenhum mapa. A água ao redor da ilha tinha uma tonalidade cristalina.

Ao chegar à ilha, João ficou espantado ao perceber que não havia sinais de civilização, mas a vegetação era pouquíssima (por ter ficado submersa por anos). Ele explorou a ilha durante semanas, registando tudo o que encontrava, desde plantas raras a ossadas de animais que viveram por lá há milénios, mas que agora, descansam em paz. Algo o intrigava, no entanto. A ilha parecia ter surgido do nada, como se o aquecimento global tivesse feito com que uma vasta porção de terra surgisse das profundezas do mar.

João encontrou, mais a sul, vestígios da Dinastia Song (), como ruínas e artefatos que pareciam ser de uma cultura esquecida. Havia algo no ar que o fazia sentir que a ilha não era apenas um acidente geológico, mas sim um local com uma história profunda e misteriosa. O calor intenso da região parecia ter alterado o clima de tal forma que a vegetação exótica da ilha florescia, mas também provocava distúrbios atmosféricos e meteorológicos ao redor, criando um fenómeno inexplicável.

A descoberta da ilha, com o seu tamanho imenso e recursos abundantes, fez João refletir sobre o impacto da humanidade no planeta. Ele percebera que a terra ainda tinha segredos a revelar e que, por mais que o aquecimento global tenha destruído tantas coisas, também criou novas possibilidades. A ilha, que parecia um refúgio natural, era um testemunho das forças indomáveis da Terra. João decidiu batizá-la de "Hei Mong Dou" (Ilha da Esperança, traduzido do cantonês), devido à ilha ter sido uma ilha próspera, quer seja tecnologicamente, quer seja em população.

João regressou a Portugal, trazendo consigo mapas, notas e fotos de Hei Mong Dou, decidido a partilhar o seu segredo com o mundo. Quando revelou a sua descoberta, todos ficaram surpreendidos com a magnitude da ilha e a sua localização única. As autoridades portuguesas, intrigadas, entraram em contacto com a China, que, após uma análise cuidadosa, reivindicou a ilha, oferecendo-se para torná-la parte do seu território. Em troca, prometeram pagar uma quantia generosa pela descoberta e garantiram que o nome dado por João, Hei Mong Dou, seria mantido como o nome oficial da ilha. A proposta foi aceite e João viu o seu feito tornar-se uma parte significativa da história, embora longe da solitária aventura que imaginara.

 

Ivan Roque | n.º 11 |8 .º C

 

 


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