Aniversário da morte e Charles Dickens e Trindade Coelho





Em 9 de junho de 1870, morre o escritor inglês Charles John Huffam Dickens, autor, entre outros, dos romances conhecidos  Oliver Twist  (1837-1839) e David Copperfield (1849-1850).  Nasceu em 7 de fevereiro de 1812, em Portsmouth.

Na sua infância, Charles frequenta, durante três anos, uma escola particular onde tomar contato com vários escritores clássicos .   Infelizmente, a situação econômica da sua família piora ao ponto de seu pai ser preso por dívidas. Com dez anos de idade, a família muda para um bairro barato de Londres e é obrigada a vender os livros que o deslumbravam.

As dificuldades por que passa nesta fase da sua vida e o contacto com as classes londrinas mais desfavorecidas, viriam a servir, posteriormente, de tema à maioria dos seus romances e contos

Em adulto, graças aos conhecimentos adquiridos na sua infância, envereda pela carreira de jornalista, iniciando a escrita das suas primeiras obras. 

Também em 9 de junho de 1908, morre, em Lisboa, o escritor português José Francisco Trindade Coelho. Nasceu em Mogadouro, em 18 de junho de 1861, e passa a sua infância em Trás-os-Montes e Alto Douro. Mais tarde, vai estudar  Direito, na Universidade de Coimbra, obtendo o grau de Bacharel. Em Illo Tempore , de 1902, o autor transmite-nos a sua vivência enquanto estudante. Durante sua permanência na Lusa Atenas - nome atribuído em Coimbra, por ser, como na cidade da Grécia Clássica, o centro de cultura e o conhecimento do País - colabora em diversos periódicos, usando o pseudónimo de Belisário .  

Camilo Castelo Branco ajuda-o a obter o cargo de Delegado do Procurador Régio no Sabugal, tendo sido transferido para Lisboa em 1889, como se pode ler na Autobiografia que acompanha as edições mais recentes de Os Meus Amores , o seu mais conhecido livro de contos, cuja primeira edição é de 1891. 

Desenvolveu um papel ativo na luta contra o analfabetismo, ao escrever uma  Cartilha do Povo (1901), O ABC do Povo (1902), O Primeiro Livro de Leitura (1903), Segundo Livro de Leitura (1904) e Terceiro Livro de Leitura ( 1905).          

Passa por diversas crises de esgotamento nervoso - que não se refletem na sua escrita - e que o levam ao suicídio.

As memórias dos tempos passados ​​em Trás-os-Montes e Alto Douro estão sempre presentes nos seus livros repletos  de pessoas doces, quase ingénuas, refletindo uma vivência digna, idílica e patriarcal, onde os velhos figurinos e as formas de vidas se sobrepõem aos novos ventos da modernidade, como, por exemplo, em A Lareira e Idílio Rústico.   



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