Stieg Larsson, um autor a descobrir

A propósito das comemorações do Dia da Europa, fomos desafiados pelo Centro de Informação da Europe Direct do Oeste e da Lezíria do Tejo a divulgar um autor europeu ou que tivesse escrito uma obra que falasse da Europa. Este foi o trabalho que enviamos e que foi publicado, ontem, nas redes sociais da instituição  referida anteriormente.

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Leitorodependente assumida, esclareço que esta minha adição se reporta à infância, quando tinha de ir em dias específicos requisitar livros ao polo da biblioteca itinerante da Gulbenkian, que não abria ao público todos os dias . Esta mania de ter horários limitados de acesso aos livros sempre me encanitou, mas cumpria, claro, até porque no início da década de 70 era assim "porque sim!". Há até na minha vida um enigma, não sei se aprendi a ler por causa dos livros ou se os livros me ensinaram a ler.

          De qualquer forma, sempre houve uma rotina na minha existência: de quando em vez, descubro um autor, que passa um ser meu. E, quando ganhei Stieg Larsson e a sua trilogia “Millennium”, ele passou a ser meu para todo o sempre…

Na Suécia, foi onde os livros e seu autor nasceram. Foi lá, também, que morreu de maneira súbita este escritor e jornalista, que alguns teóricos da conspiração persistem em suspeitar de ter sido assassinado, em 9 de novembro de 2004. Os três romances foram publicados postumamente na Suécia, o primeiro em 2005 e os dois seguintes, nos dois anos seguintes. Estamos perante thrillers, sobre um jornalista chamado Mikael Blomkvist, que trabalha para a revista “Millennium”, e sua parceira, Lisbeth Salander, uma personagem surpreendente e estranhamente atraente devido às suas tatuagens e piercings, era uma hacker talentosa e bissexual assumida. Juntos, vão resolver mistérios, envolvendo empresários, políticos e polícias particularmente corruptos, traficantes de sexo, jornalistas impiedosos, gangues de motards e chefes de traficantes de droga. Entramos, assim, por vontade própria, numa Suécia que é muito diferente da sombria que vemos nos filmes de Ingmar Bergman e do longínquo berço da Ikea. É um país que se não se parece nada com o nosso, mas que nos atrai e nos aguça a curiosidade.

          Posto isto, e se já estiverem convencidos, convido-vos a apropriarem-se, também, de Os Homens que Odeiam as Mulheres, A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo e A rainha no Palácio das Correntes de Ar.


(Só mais uma coisinha: a partir do momento em que tornei meu este mestre do Thriller, descobri muitos mais escritores nórdicos de grande qualidade.)

 

                             Dora Morgado

          (professora de Português e coordenadora das Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas de Samora Correia)

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